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Relações Amorosas e a Busca pela Felicidade!

Em um relacionamento, o outro não tem o poder de nos fazer infelizes, embora, em momentos de brigas e rupturas, nos pareça que sim. Por outro lado, também não pode nos fazer felizes. O relacionamento, por si só, não traz felicidade; teremos intimidade, ternura, vínculo etc., mas felicidade é outra coisa. E vale lembrar que felicidade não implica ausência de sofrimento. Felicidade é um estado, e, desde Sócrates, fala-se que ser feliz é uma tarefa de responsabilidade do indivíduo. Atualmente, as definições de felicidade indicam que se trata de um estado de bem-estar e prazer. Partindo desse pressuposto, percebemos que a felicidade não depende de outra pessoa.

Mas, se ninguém pode nos fazer felizes e ninguém pode nos fazer infelizes, por que, paradoxalmente, vemos uma busca tão intensa por relacionamentos e, ao mesmo tempo, tantos casais infelizes?

Somos seres sociais, e por isso queremos um relacionamento. Faz parte da nossa natureza sentirmo-nos pertencentes a um grupo. Desde os primórdios, os seres humanos se agruparam em tribos, e assim continuamos até hoje. Ter um relacionamento nos traz esse sentimento de pertencimento, além do aspecto social que nos molda a querer nos relacionar. Não vamos negar que ter alguém para compartilhar intimidade e bons momentos é algo muito positivo, mas a responsabilidade pela nossa felicidade não é do outro.

Por outro lado, também vemos relações em que há maus-tratos e agressões verbais e físicas, e ressalto que isso causa sofrimento. Aquele que maltrata tem responsabilidade nessa situação de dor, e, ainda assim, ninguém pode nos fazer infelizes. Talvez essa seja a boa notícia: a responsabilidade pelo nosso estado de felicidade é nossa.

Nietzsche nos diz que o homem é um abismo e também uma corda. Um abismo de perigosa travessia, e o que é de grande valor no homem é ele ser uma ponte, e não um fim. Ou seja, apesar de muitas vezes entrarmos em relacionamentos que despertam situações desagradáveis — justamente porque esse “abismo” no qual vivemos está dentro de nós —, também podemos ser a corda para atravessá-lo. Podemos clamar por nossa liberdade e escolher novamente.

Para isso, muitas vezes, é necessário tratar das nossas questões, enfrentando o que há dentro de nós, para que possamos estar "curados" e ressignificados e, assim, sermos capazes de perceber as relações que nos fazem bem.

Precisamos entender também que o relacionamento é uma das formas de sentir alegria e felicidade, mas não é a única. O estado interno que nos proporciona prazer, alegria e sentimento de pertencimento não precisa, necessariamente, vir de um relacionamento. Relações familiares, amizades, comunidades e atividades que nos dão prazer também são fontes de alegria e felicidade.

Se você sente infelicidade na maior parte do tempo, que tal buscar uma corda para atravessar o abismo? A terapia pode ser um bom lugar para isso!

Conte comigo!